Memória das minhas p*tas tristes. O título seria de todo proibitivo se o Nobel Gabriel Garcia Marquez não ostentasse tão enorme galardão e não ocupasse tão nobre estatuto?...Estou-me a lembrar de um título que foi alvo de uma contestação sem precedentes (ou pelo menos serviu, para, por momentos, reacender o tema da censura). Um espanhol, até de nome provocatório (Alvarez Rabo), escrevia há já algum tempo: As mulheres não gostam de f***r. Foi de resto proibida a exposição de tal ensaio sexual, em banda desenhada, numa montra em Viseu; resta saber se: porque as mulheres efectivamente gostam de f***r (e isso seria uma calúnia imensurável!), ou pela natureza brutal das suas palavras. Mais recentemente, GGM, esse extraordinário escritor, contemplar-nos-ia com a já referida Memória das minhas p*tas tristes. Haverá diferença substancial entre estes títulos?...Em França, um pretenso filme convencional, mas de cariz puramente pornográfic*, saltava timidamente para os escaparates das salas de cinema tendo sido proibido na maior parte delas. Bais*-moi, assim se chamava o filme, que, traduzido à letra (forma pouco portuguesa), daria algo do tipo: F***-me, ou Fuc*-me, numa leitura mais universal e abrangente. Depois de assistir ao lançamento destes livros e à forma tão permissiva com que os vemos expostos nas montras das livrarias ou nas entradas dos super-mercados, perto de todo o tipo de olhares, apetece-me escrever alguma coisa que chame a atenção do leitor e que o permita lançar um risinho contido, fazendo-o até pestanejar, incrédulo, perante título tão originalmente invulgar. E que tal: A p*ta virgem, ou Os sete filhos do capad*? é só uma ideia! Se me criticarem pela escolha tão infeliz do título ou pela forma tão grosseira de abordar o tema, sempre posso utilizar o típico discurso da minoria injustiçada, tão habituada a falar de liberdade de expressão e do pós-vinte e cinco de Abril.